Deus me fez Maria

Procuraram-me para chorar as pitangas e eu as ouvi com toda a calma do mundo. Ou eu devo ter um ombro muito confortável ou eu devo ser muito legal, mas não é fácil ter todo esse auto-controle, quando na verdade, você quer dar um tapa na cara da pessoa e dizer: “ACORA, ABESTADO! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?” mas consegui. Eu fui amiga quando deveria ser filha da puta e fui sincera quando deveria mentir. De verdade eu não preciso de uma parte do coração de alguém e não me contento com restos, sabe como é. Se eu quiser, quero por inteiro e completo. Cheio. Mas a grande diferença é que eu não quero. Passar por “terrorismo psicológicos”, dramas mexicanos, novelas das 8, amores de ficção? Essas coisas só dão certo nas telas e livros e, olha, quero me ver longe disso por um bom tempo.

Nunca conseguirei ser com alguém Sartre e Beauvoir, Seinfeld e Elaine. Vai ser sempre eu e você, naquela escala que só eu conheço e você não tem noção. Mas olha, a vida é linda, o amor é lindo, e eu me contento em sair pelas baladas de São Paulo e procurar alguém parecido com o Jesse Eisenberg. Diversão maior só se tiver doses de tequila ouro envolvidas.

E vai ser assim até que nos encontremos novamente e você me chorar outras pitangas de outras árvores, porque sabe, Deus me fez Maria, e eu vou te ouvir quando precisar.

2 comentários
  1. Ariane disse:

    Deus nos fez Maria, e a gente só consegue ser feliz de verdade quando uma parte nossa está sofrendo. Pode, isso?

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